top of page

Mecanismo de Ação

 

O ácido valpróico pode atuar por vários mecanismos que justificam os seus múltiplos efeitos no tecido neuronal e a sua ampla atividade no tratamento da epilepsia e noutras doenças do foro neurológico. Este tem a capacidade de atuar em diferentes regiões alvo, que se pensa estarem envolvidas nas geração e propagação de crises, antagonizando a atividade epilética. Por isso,  a forma como o ácido valpróico exerce os seus efeitos terapêuticos ainda não está bem esclarecida. 

 

- Potencia o efeito inibitório mediado pelo ácido γ-aminobutírico (GABA) no Sistema Nervoso Central

 

  • Potencia atividade GABAérgica em regiões do cérebro, que se pensa estarem envolvidas no controlo da geração e propagação de crises, ao inibir o metabolismo e aumentar a síntese do GABA

  • Segundo Motohashi (1992), o AV também afeta a neurotransmissão GABAérgica por atuar diretamente nos recetores GABAA e GABAB, aumentando ambas as respostas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Diminui a excitação neuronal mediada pelos recetores do glutamato do subtipo N-Metil-D-Aspartato (NMDA)

 

  • Associado aos efeitos anti convulsionantes

 

- Bloqueio dos canais de sódio dependentes de voltagem

 

  • Apesar de ainda não estar confirmado, pensa-se que atua por inibição da excitabilidade neuronal mediada por correntes de sódio 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Diminuição dos níveis de libertação do ácido  γ-hidroxibutírico (GHB) 

 

  • Segundo Löscher (2002), apesar de a potenciação GABAérgica e a inibição glutamato/NMDA poderem ser a explicação para a ação anti convulsionante nas crises convulsivas, estas não explicam a ação anti convulsionante do AV nas crises não convulsivas, como as crises de ausência. No que diz respeito a esta situação, a capacidade que o AV tem em diminuir o ácido γ-hidroxibutírico (GHB) libertado pode ser interessante, pois pensa-se que o GHB tem uma ação importante na modulação nas crises de ausência.

 

- Modulação da transmissão serotoninérgica e dopaminérgica

 

Apesar de já haver muitas evidências científicas de alguns dos mecanismos de ação que expliquem os efeitos terapêuticos do AV, ainda é necessário realizar muitos avanços e estudos sobre os mecanismos associados ao amplo espetro de ação deste fármaco.

 

 

 

Peterson G.M., Naunton M. Valproate: a simple chemical with so much to offer. Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics. 2005;30, 417–421.

 

Löscher W. Basic pharmacology of valproate: a review after 35 years of clinical use for the treatment of epilepsy. CNS Drugs. 2002;16, 669–694.

 

Perucca E. Pharmacological and therapeutic properties of valproate: a summary after 35 years of clinical experience. CNS Drugs. 2002;16, 695–714.

 

Owens M.J., Nemeroff BC. Pharmacology of valproate. Psychopharmacol Bull. 2003; 37 Suppl 2:17-24.

 

Monti B. et al. Biochemical, Molecular and Epigenetic Mechanisms of Valproic Acid Neuroprotection. Current Molecular Pharmacology. 2009; 2,95-109.

 

Motohashi N. GABA receptor alterations after chronic lithium administration. Comparison with carbamazepine and sodium valproate. Prog. Neuropsychopharmacol.Biol. Psychiatry. 1992;16, 571-579.

 

 

Figura 4. Mecanismo de ação do AV no metabolismo do glutamato e do GABA. As linhas tracejadas indicam enzimas afetadas pelo AV  (􀀁 _|_ significa inibição; -> significa indução). As setas a negrito indicam os efeitos que o AV tem no aumento no α-cetoglutarato e no GABA. Monti B. et al. Biochemical, Molecular and Epigenetic Mechanisms of Valproic Acid Neuroprotection. Current Molecular Pharmacology. 2009; 2,95-109

Figura 5. Atividade cerebral durante uma crise convulsiva (http://www.manualmerck.net/?id=99&cn=912 , acedido a: 14-05-2014)

bottom of page